quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mosquito. Suicidado?


Não poderia passar em branco neste blog, a morte do blogueiro Amílton Alexandre, o Mosquito. Mosquito foi encontrado enforcado em sua própria casa, no município de Palhoça na Grande Floripa. Aparentemente, trata-se de suicídio, mas ninguém sabe se suicidou-se ou foi suicidado.
Em SC, o crime compensa? Até q provem o contrário, q o blogueiro Mosquito tenha se suicidado, as suspeitas irão pairar pelo ar. Da justiça nada pode se esperar. Quem inocenta um ladrão como Leonel Pavan, pode muito bem estar ligado a um esquema de corrupção q faz com q o crime organizado nas altas esferas do poder seja responsável pelo assassinato de um vereador em Chapecó, como pelo enforcamento de Mosquito. Quem viver, verá...ou não!?
O crime organizado de SC tem represantes na política, na polícia, no tribunal de contas, na justiça...e Mosquito sempre estava pronto para denunciar as falcatruas dessa gente pilantra. Adjetivador em excesso, Mosquito pode ter cometido excessos em suas postagens, mas nunca pecou por omissão e nem por emitir os fatos. Republico aqui um texto do repórter, jornalista e cientista social, Fernando Evangelista sobre Mosquito.

Amilton Alexandre, conhecido como Mosquito, o blogueiro mais polêmico de Santa Catarina, foi encontrado morto em sua casa na quarta-feira (13/12). Segundo a versão da polícia e de alguns amigos, os indícios apontam para suicídio. Ele estava em depressão, respondia a dezenas de processos na Justiça por causa de suas denúncias e enfrentava sérios problemas financeiros.

O blog Tijoladas do Mosquito era um fenômeno de audiência. Para se ter ideia, chegou a ter 70 mil acessos num só dia. Os poderosos do Estado, acostumados com um jornalismo medroso, jornalismo puxa-saco, falsamente equilibrado e independente, viram-se na mira de alguém que, acima de tudo, dizia tudo o que tinha para dizer sem medo e sem nenhuma censura.

Exasperado com a maldade e a corrupção, cometeu erros, “passou dos limites”, como ele mesmo reconheceu em seu último post. Seus métodos jornalísticos e seu estilo são passíveis de muitas críticas, mas ninguém pode acusá-lo de covarde. Mosquito era um homem corajoso e levou às últimas consequências a sua missão de denunciar aquilo que considerava errado. Ele não se escondia. Esteve sempre na linha de frente.

Durante a ditadura, como líder estudantil, foi um dos protagonistas da Novembrada, revolta popular ocorrida em Florianópolis, em 1979, contra a visita do então presidente João Batista Figueiredo. Mosquito foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional e preso.

QUARTO DO PODER

Curioso ele ter morrido exatamente 43 anos depois da entrada em vigor do AI-5, o ato institucional que, entre outras coisas, acabou com o que ainda restava de liberdade de expressão no Brasil. Curioso porque a luta por uma sociedade verdadeiramente democrática foi sua maior bandeira. E, contrariando as estatísticas, ele não mudou de lado, não se acomodou em cargos públicos, não se vendeu.

Como se sabe, mas sempre se esquece, não existe democracia sem pluralidade de ideias. E não existe pluralidade de ideias quando se tem um monopólio da comunicação. Em Santa Catarina, a luta de Mosquito era urgente e necessária. A Rede Brasil Sul (RBS), afiliada da Rede Globo, possui 20 emissoras de tevê, 24 emissoras de rádio, oito jornais, além de mais de uma dezena de produtos de plataforma digital.

Diante disso, o jornalismo catarinense não é um quarto poder, mas um quarto do poder. A cumplicidade entre imprensa e poder político, entre poder econômico e imprensa é tão intensa, tão explícita, que chega a parecer normal. Mas Mosquito não achava normal a hipocrisia, a falta de escrúpulos, a corrupção, a impunidade e este monopólio criminoso.

AMEAÇAS E RETALIAÇÕES

Um dos grandes legados deixado pelo blogueiro foi ter escancarado a falência do jornalismo “sério” da grande mídia. A audiência de seu blog provinha, essencialmente, da quantidade de informação de interesse público que ele dava com exclusividade. Interesse público, compromisso social, é um negócio completamente fora de moda no jornalismo praticado pela grande mídia.

Ouvi alguns jornalistas, todos desta imprensa “séria”, lamentando a morte, mas dizendo: “o que ele fazia não era jornalismo”. Tudo bem, mas qual nome se dá ao trabalho realizado por esses jornalistas sérios e responsáveis?

No seu último post, escrito sete dias antes da sua morte, ele disse: “Não tenho mais como enfrentar as ameaças e retaliações. É sensato dar um tempo”. Ele estava acuado. Assumiu, sozinho, uma briga que deveria ser coletiva.

Com esta morte trágica, os corruptos de todas as espécies e de todos os poderes podem estar se sentindo mais aliviados, mas não esqueçam que ele, o Mosquito, – mesmo involuntariamente – assentou vários tijolinhos ao longo de sua militância e desses tijolinhos, quem sabe, um dia, se construa uma imprensa mais indignada, menos hipócrita e mais comprometida com os interesses da maioria da população.

[Fernando Evangelista é jornalista, colunista do Nota de Rodapé]

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Um Punk em campo ou um Craque na guitarra?



REDSON E SÓCRATES: DUAS GRANDES PERDAS EM UM MESMO ANO!

O ano de 2011 será lembrado por algumas lacunas deixadas, no campo da música, no campo do
futebol(e fora dele) e no campo das ideias.

Embora engajados em campos distintos, Redson e Sócrates foram protagonistas do seu tempo.

A banda Cólera e a Democracia Corinthiana foram referências de um mesmo contexto político
e cultural. Futebol e Movimento Punk. Agentes atuando no espectro da mudança social, de
uma mesma época(década de 80), na luta para quebrar as correntes da repressão do regime militar, na
busca eterna por LIBERDADE!

Cada qual a sua maneira, se engajou por vias diferentes. Redson pelo Punk-Rock do Cólera e
Sócrates pelo seu futebol. Acrescentaram e engrandeceram transmissões de ideias e
pensamentos.
Nas letras do Cólera, o pacifismo energético e furioso do "filho vermelho".
Amor a humanidade, "por toda a humanidade".
E nos toques de calcanhar socratiano, passes e gols de um futebol que não se vê mais nos
dias de hoje. Foi capitão do melhor time de todos os tempos: A SELEÇÃO de 82!

Seja nos acordes de uma guitarra ou num toque de calcanhar, a sensação é a mesma!

Redson, aos 49 anos deixou o palco da vida, ainda em plena atividade com o Cólera. Foi um
coice no estômago a notícia de sua morte repentina. Em setembro.

E no mesmo domingo em que o Corinthians se consagraria pentacampeão brasileiro, Sócrates
Brasileiro saía de jogo...um brinde ao doutor!


Sócrates foi a prova que nem todo futebolista e todo torcedor sejam completos alienados. O
futebol sempre foi relegado e subestimado como mero circo por uma certa parte da
intelectualidade tupiniquim. O escritor uruguaio e fanático pela "celeste", Eduardo
Galeano sonhava ser jogador de futebol. O Anarquismo e o Socialismo estão presentes não só
nas letras de bandas Punks e HC, mas também na "metáfora da vida", chamada FUTEBOL. Mas
isto é assunto para uma outra postagem...

Sócrates e Redson foram referências, que talvez não encontrem similaridade hoje em dia.
Tinham caráter e personalidade. Eram desses caras que nos fazem ainda acreditar, pelo
mínimo que seja, na raça humana. A geração de hoje precisa se espelhar em figuras como
eles. Se cada geração tem as suas referências, elas deveriam ser melhores das que andam
por aí, vazando a toda hora sua imagem na TV e em fuleiragens pela internet.

Em suma, Redson era um Sócrates do Punk . Sócrates era um Redson do futebol .

PS: Coincidências acontecem! Este texto foi finalizado ao som de "Somos Vivos" do
Cólera...com o som rolando em modo aleatório!