Alguns crimes são "espetacularizados", midiatizados ao extremo, como do caso do goleiro "matador" Bruno do Flamengo, outros são revelados a boca pequena ou restrito aos blogs ou pequenas e discretas notas nos jornais, como do estupro cometido pelo filho de Sérgio Sirotsky, dono da RBS. Mesmo nesse caso do estupro, o caso ganhou mais repercussão na mídia televisa em nível nacional, quando foi levado ao ar por uma emissora concorrente da Rede Globo/RBS, a Record - a TV do Bispo Macedo- .
O que mais chama a atenção para uma reflexão é o enfoque direcionado ao fato; Será que há a vontade de justiça? Ou tudo não passa de um joguinho de cena, de alfinetar o concorrente midiático, como volta e meia ocorre entre dois grupos poderosos de meios de comunicação, como a Globo e a Record?
Enquanto isso, a menina estuprada e sua família sofrem. Os meios de comunicação envolvidos protagonizam um jogo de ataque e defesa, e no meio disso surge a declaração imbecil do delegado Nivaldo Rodrigues que soltou a seguinte pérola:
“Eu não posso dizer que houve estupro. Houve conjunção carnal. Houve o ato. Agora, se foi consentido ou não, se foi na marra, ou não, eu não posso fazer esse comentário, porque eu não estava presente”.
Sim, sim...não fossem os meliantes envolvidos, filhos de família rica, da elite da capital.
Ou se fossem apenas pobres e favelados, a declaração não seria tão "suave" dessa maneira, né delega?
Vai ver a culpa é da vítima, como alguns maníacos por aí justificam o estupro alegando que a menina "provocou" o ato...
De fato, a impunidade é recorrente para os crimes cometidos pelos filhotes da classe média alta e da elite dominante. Às vezes a mídia precisa "cortar na carne" em busca de "credibilidade", quando o nome de algum político, ou filho de um poderoso ou até de um jogador de futebol, são envolvidos num crime cujas evidências são cabais, e não há defesa. Mas desse limão ainda pode-se fazer uma limonada, ou seja, a audiência está garantida!
A equação CRIME x ESPETÁCULO + AUDIÊNCIA = IMPUNIDADE, é seguida à risca pela mídia em geral. No caso da impunidade, cabe a justiça decidir ou não, no mais o papel higiênico utilizado é todo da mídia.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário