Ser pedestre nas ruas de Floripa é entrar em guerra contra carros e motos. A prefeitura limita o acesso dos pedestres, a imobilidade urbana é total, o classe-medianismo individualista é o maior causador de engarrafamentos, o que prova que a anomia¹, desta gente é explícita; Não é só a onda de assaltos que faz com que as ruas não sejam mais das pessoas. Mas sim a intolerância, irracionalidade e competitividade estúpida motorizada, artífice de uma ditadura do asfalto em que as máquinas oprimem as pessoas, se impondo como a regra de "sobrevivência" desta "lei da selva" à gasolina.
Sair de casa a pé não vale mais a pena. Infelizmente! A cidade não é mais a "Pólis" do povo. Castro Alves seria ridicularizado hoje , pois dizia que "a praça é do povo, como o céu é do condor". O automóvel é a nemesis cuspida e acabada da exacerbação expansionária da personificação motorizada do desprezo em relação ao "outro". Eduardo Galeano cunhou o termo "Automóvelcracia" pra definir bem tudo isso.
Tudo isso é incentivado pela propaganda, a ânsia imediatista, de consumo e culto à imbecilidade egoísta como novo "Ethos" deste final de tempos civilizatório.
O corpo individual sente essa mudança. O corpo do pedestre tem que se sujeitar a esta relação de poder, que autores como Foulcault definiram como uma espécie de prisão; São relações sociais pautadas pela História, cujo "motor" é o condicionamento imposto, por quem detem a tecnologia a seu favor, seja como for.
Há também, e principalmente a inépcia de quem tem a responsabilidade política de comandar a cidade. Prefeito e vereadores são cúmplices na mediocridade da má condução administrativa e do abandono em que vivemos. Em resumo: Estamos todos fudidos!
¹ -Anomia:
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